quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Texto abertura América x Bragantino

O futebol é mágico. Consegue paralisar uma nação. Vende milhões em propaganda. Enlouquece, inspira poetas, escritores e jornalistas. Num segundo muda o humor de um país inteiro. Do triunfo da vitória, ao abismo da derrota. Promove heróis. Endeusa craques. Humilha os derrotados. É fantástica a sua magia. Até rei já tem.
Não há quem não tenha seu clube de coração, quem não torça com paixão vestindo o uniforme do seu time cometendo até loucuras. O futebol faz chorar, sorrir e cantar. Engasga de emoção, arranca aplausos e suspiros pela beleza e heroísmo de seus craques. Anima. Remete-nos a infância. Enche-nos de saudade das antigas peladas.
Que a magia do futebol tome conta do nosso cotidiano e que consigamos na vida a mesma gama de vitórias que temos no futebol pentacampeão do mundo.A vitória da justiça contra a insegurança. Do amor sobre o ódio. Da riqueza e qualidade de vida sobre a miséria e a falta de saúde. Da honestidade sobre a corrupção. Da saúde sobre a doença.
Vamos nos dedicar como nos dedicamos na torcida pelo nosso time de coração. Amar mais. Viver mais, ser mais solidário e menos egoísta, mais tolerante. A vida só tem sentido se for jojgada e vivida como uma bela partida de futebol.
Se futebol é rei, e os gols são o seu expoente máximo, faça ou pelo menos tenta fazer todos os dias um golaço na sua vida.

Marcos LopesRádio Globo Natal

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Texto de Segunda

Ressaca
Luís Fernando Veríssimo

Hoje, existem pílulas milagrosas, mas eu ainda sou do tempo das grandes ressacas. As bebedeiras de antigamente eram mais dignas, porque você as tomava sabendo que no dia seguinte estaria no inferno. Além de saúde era preciso coragem.
As novas gerações não conhecem ressaca, o que talvez explique a falência dos velhos valores. A ressaca era a prova de que a retribuição divina existe e que nenhum prazer ficará sem castigo. Cada porre era um desafio ao céu e às suas feras.
E elas vinham: Náusea, Azia, Dor de Cabeça, Dúvidas Existenciais - golfadas. Hoje, as bebedeiras não têm a mesma grandeza. São inconseqüentes, literalmente. Não é que eu fosse um bêbado, mas me lembro de todos os sábados de minha adolescência como uma luta desigual entre a cuba-libre e o meu instinto de autopreservação.
A cuba-libre ganhava sempre. Já dos domingos me lembro de muito pouco, salvo a tontura e o desejo de morte. Jurava que nunca mais ia beber, mas, antes dos trinta, "nunca mais" dura pouco.
Ou então o próximo sábado custava tanto a chegar que parecia mesmo uma eternidade. Não sei o que a cuba-libre fez com meu organismo, mas até hoje quando vejo uma garrafa de rum os dedos do meu pé encolhem.Tentava-se de tudo para evitar a ressaca. Eu preferia um Alka-Seltzer e duas aspirinas antes de dormir.
Mas no estado em que chegava nem sempre conseguia completar a operação. Às vezes dissolvia as aspirinas num copo de água, engolia o Alka-Seltzer e ia borbulhando para a cama, quando encontrava a cama. Mas os métodos variavam.
Por exemplo:Um cálice de azeite antes de começar a beber - O estomago se revoltava, você ficava doente e desistia de beber. Tomar um copo de água entre cada copo de bebida - O difícil era manter a regularidade.
A certa altura, você começava a misturar a água com a bebida, e em proporções cada vez menores. Depois, passava a pedir um copo de outra bebida entre cada copo de bebida. Suco de tomate, limão, molho inglês, sal e pimenta - Para ser tomado no dia seguinte, de jejum.
Adicionando vodca ficava um bloody-mary, mas isto era para mais tarde um pouco. Sumo de uma batata, sementes de girassol e folhas de gelatina verde dissolvidas em querosene - Misturava-se tudo num prato pirex forrado com velhos cartões do sabonete Eucalol. Embebia-se um algodão na testa e deitava-se com os pés da ilha de Páscoa.
Ficava-se imóvel durante três dias, no fim dos quais o tempo já teria curado a ressaca de qualquer maneira. Uma cerveja bem gelada na hora de acordar - Por alguma razão o método mais popular. Canja - Acreditava-se que uma boa canja de galinha de madrugada resolveria qualquer problema.
Era preciso especificar que a canja era para tomar. No entanto, muitos mergulhavam o rosto no prato e tinham de ser socorridos às pressas antes do afogamento. Minha experiência maior era com a cuba-libre, mas conheço outros tipos de ressaca, pelo menos de ouvir falar.
Você sabia que o uísque escocês que tomara na noite anterior era paraguaio quando acordava se sentindo como uma harpa guarani. Quando a bebedeira com uísque falsificado era muito grande, você acordava se sentindo como uma harpa guarani e no depósito de instrumentos da boate Catito's em Assunção.
A pior ressaca era de gim. Na manhã seguinte, você não conseguia abrir os dois olhos ao mesmo tempo. Abria um e quando abria o outro, o primeiro se fechava. Ficava com o ouvido tão aguçado que ouvia até os sinos da catedral de São Pedro, em Roma.
Ressaca de martini doce: você ia se levantar da cama e escorria para o chão como óleo.
Pior é que você chamava a sua mãe, ela entrava correndo no quarto, escorregava em você e deslocava a bacia.
Ressaca de vinho. Pior era a sede. Você se arrastava até a cozinha, tentava alcançar a garrafa de água e puxava todo o conteúdo da geladeira em cima de você. Era descoberto na manhã seguinte imobilizado por hortigranjeiros e laticínios e mastigando um chuchu para alcançar a umidade. Era deserdado na hora.
Ressaca de cachaça. Você acordava sem saber como, de pé num canto do quarto. Levava meia hora para chegar até a cama porque se esquecera como se caminhava: era pé ante pé ou mão ante mão? Quando conseguia se deitar, tinha a sensação que deixara as duas orelhas e uma clavícula no canto. Olhava para cima e via que aquela mancha com uma forma vagamente humana no teto finalmente se definira. Era o Peter Pan e estava piscando para você.
Ressaca de licor de ovos. Um dos poucos casos em que a lei brasileira permite a eutanásia.
Ressaca de conhaque. Você acordava lúcido. Tinha, de repente, resposta para todos os enigmas do universo. A chave de tudo estava no seu cérebro. Devia ser por isso que aqueles homenzinhos estavam tentando arrombar a sua caixa craniana. Você sabia que era alucinação, mas por via das dúvidas, quando ouvia falar em dinamite, saltava da cama ligeiro.
Hoje não existe mais isto. As pessoas bebem, bebem e não acontece nada. No dia seguinte estão saudáveis, bem-dispostas e fazem até piadas a respeito. De vez em quando alguns dos nossos se encontram e se saúdam em silêncio. Somos como veteranos de velhas guerras lembrando os companheiros caídos e o nosso heroísmo anônimo. Estivemos no inferno e voltamos, inteiros.
Um brinde.
E um Engov.

Enviado por:
Marcos Lopes
Rádio Globo Natal

domingo, 26 de julho de 2009

Mais micos do futebol




Só não cai em campo !! Ainda ... !!

Todo mundo tem uma história de correria em campo.Lendo o post de Angélica sobre o tombo em gramado potiguar. Lembrei de alguns percalços meus em campo.
*Já perdi um rádio com pilhas recarregáveis da minha mãe.Até hoje ela lembra e briga.
*Corri de cavalo da polícia em briga de torcida na saída do Machadão.



*Me livrei de pedras e latas jogadas pela torcida do América em jogo de derrota. Ainda conseguiram atingir o ônibus da delegação alvirrubra.



*Fiz jogo na chuva dividindo guarda-chuva com repórter de outra emissora. Foi quando inventei de assistir o jogo na margem do campo, pelo menos aprendi que dá uma noção melhor do jogo.



*Fiz jogo em estádio sem nenhuma estrutura como Caicó e Santa Cruz que é se “vira nos 30”. O bom é que matei a saudade de rádio. É que em Caicó toda a imprensa ficou debaixo de uma lona improvisada na hora da partida em final de campeonato Estadual. Daí, dei até entrevista para uma Emissora de Açu.

*Em um acesso do ABC (num lembro mais para o quê). Aquele mesmo que toda a torcida invadiu o campo. Me vi agoniado em campo. Mas como era comemoração foi tudo em paz. O complicado foi conseguir entrevistar tais torcedores eufóricos. Era puxão, empurrão, torcedor no chão... Judas Tadeu bêbado quase caindo com a taça de campeão e eu segurando no braço dele para não cair e entrevistando ao mesmo tempo.

Outra coisa que pode ser destacada, claro hehehe. Aconteceu dia desses em uma das minhas corridas em final de campeonato para tentar entrevistar jogadores das duas equipes. Recebi até elogios pelo meu pique no final. “Podia ter ajudado o ABC rapaz” disse uma pessoa de rádio de lá. Acho que era Abc e Santa Cruz em SC !
Tudo isso já vale uma queda em campo e muita experiência...!!
kkkkkkkkkkkkkkk...



Kleber Teixeira – Repórter e Apresentador da TV Ponta Negra

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Bilhete de bandido




Olhem só a cara de pau dos adolescentes de fugiram do Ceduc de Caicó. Eles deixaram esses bilhetes para o agente Jarbas e os PMs. Eu fico imaginando a cara de ódio de Jarbas e dos PMs "lembrados" pelos meninos. E fico tbm com pena pq quando eles forem pegos ai ai ai ai ai

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Confusão em Piracicaba

O torcedor do América deve lembrar daquele jogo em que o time rubro, então comandado por Zé do Carmo levou uma "sapatada" do XV de Piracicaba por 5x0 jogando no interior paulista. Era 1999 e eu fui escalado pela Rádio Cabugi para transmitir o jogo válido pelo Brasileiro da Série B. Viagem tranquila até São Paulo e igualmente tranquila até Piracicaba onde eu já havia reservado hotel.
Quando o táxi parou no hotel havia uma viatura do GARRA da Policia Civil estacionada de ré e com a porta traseira aberta mostrando claramente que estava apenas esperando pelo(s) ocupante(s).
Ao subir as escadas que davam acesso para o hall do hotel me deparei com dois policiais armados no alto da escada e fui surpreendido por mais dois que surgiram por trás, tendo eu ficado no meio da escada entre os agentes. Os de trás mandaram que eu subisse e entregasse as duas malas para revista e não esboçasse nenhuma reação. Sem saber o que estava acontecendo obedeci sem pestanejar.
Ao chegar no hall do hotel já tinha um homem de mais ou menos 60 anos algemado e os policiais antes de abrir minhas malas olharam para o preso que fez um sinal negativo com a cabeça. Vendo que tinha sido engano, ainda assim tive que me identificar para os policiais, quando eles explicaram que o homem que estava algemado era um conhecido ladrão de jóias e estava naquele hotel aguardando a chegada do receptador. Foi um susto que felizmente não teve maiores consequências. Subi para o apartamento reservado ouvido pedidos de desculpas do gerente do hotel e quando sai para o almoço o ambiente estava tranquilo. O receptador havia sido informado da campana e não apareceu.

Marcos Lopes
Rádio Globo Natal

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Osso do ofícios


Olá galera.

Bom, o título do meu post de estréia, não poderia ser mais propício “Osso do ofícios ”. Certo dia, lembro-me apenas que aconteceu no primeiro semestre de 2008, fui cobrir o treino do ABC, no Estádio Frasqueirão. Prevendo que poderia cair um “toró”, meu eficiente assistente que carinhosamente apelidei de Dedé tratou logo de providenciar uma proteção para a equipe. Cá entre nós, o guarda-chuva passou longe, mais parece um guarda-sol.

No retorno para o carro, depois de terminar a gravação, São Pedro achou de mandar água. Até aí tudo bem, se não fosse eu ter que disputar espaço com ela: a câmera. Tenho certeza que você já está cansada de ouvir aquela frase clichê, As damas primeiro, Mulher tem prioridade...

Aham, sei! Tudo conversa para boi dormir.

Nesse dia percebi que não estamos com a bola tão cheia assim. Eu não digo isso porque tive medo de estragar a chapinha, modéstia à parte eu não preciso fazer, é que mulher requer cuidados especiais. Juro que não iria me incomodar de ser conduzida sozinha no guarda-chuva, muito menos de ser carregada no colo para não molhar os pés (será que é pedir demais).

Como eu costumo dizer, uma equipe de trabalho é igual a casamento, no começo, só no começo que fique bem claro, tudo são flores. Pensando bem, eu não me importo tanto assim com esse episódio, afinal a outra: a câmera, é uma aliada na realização do meu ofício, ofício que gosto tanto. Além do mais, ficou para traz o rótulo de que mulher é frágil e blá blá blá ...

Até a próxima Amanda Fernandes (repórter TV Ponta Negra)

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Outros "causos" do futebol

Osvaldão
Novo Hamburgo x Grêmio no estádio Santa Rosa em Novo Hamburgo. O time do interior à época tinha como presidente Jorge Cardoso Lopes, conhecido banqueiro do jogo do bicho e que investiu muito no clube. Antes de entrar no causo propriamente dito, foi na gestão de Jorge Lopes que o Novo Hamburgo viveu um dos seus melhores períodos no Gauchão. Pois bem, o regulamento daquele ano, se a memória não me trair, 1994 dizia que a renda era dividida na proprorção 60,40,50%. Estádio completamente lotado, uma renda daquelas. Ao final do jogo, o então dirigente do Grêmio, Antonio "Cacalo" vai à sala do presidente recolher a parte que cabia ao tricolor e fica indignado com o que foi apresentado no borderô. Os donos da casa haviam "trabalhado" a renda e diminuído consideravelmente a parte do Grêmio que ganhou a partida e levaria portanto 60%.
O dirigente gremista(advogado) esbravejou, gritou, xingou e tentou a todo custo levar a cota real do seu time e lá pelas tantas gritou - Tú está falando com Cacalo, diretor do Gremio Football Portoalegrense!
Jorge Lopes com a calma de sempre, simplesmente olhou para a sua direita e com um piscar de olhos sinalizou para o seu segurança Osvaldão( quase 2 metros de altura, praticante de halterofilismo e com os seus dois inseparáveis .38 ) que responde com a traquilidade clássica de quem sabe o que está fazendo - E tú tá falando com o Osvaldão! E abriu ostensivamente a jaqueta de couro deixando à mostra as suas "ferramentas".
O dirigente gremista entendeu o recado e foi embora levando os 60% da renda apresentada pelo Novo Hamburgo.
Jorge Lopes é um figuraço e recentemente esteve em Natal em viagem de negócios. Osvaldão, morreu assassinado durante um assalto há coisa de cinco anos. Não teve tempo de usar nenhuma das duas armas que carregava.

Marcos Lopes
Rádio Globo Natal

terça-feira, 14 de julho de 2009

Queda em campo

Esse “causo” é um pouco antigo. Trata-se da queda de uma maravilhosa jornalista: Angélica Hipólito, a nossa Keka, foi no fatídico dia em que o América sagrou-se campeão da copa nordeste. O ano 1998, período em que entrei para a TV Ponta Negra. Pois bem, acabou o jogo, o América venceu por 3 x 1, chovia, mas a festa foi primeira. Tão primeira que Angélica nem passou a segunda e derrapou, quando corria para entrevistar um jogador; na época ela trabalhava na TVU. Foi um delírio. Quem estava na cabine não se conteve, riu á bessa, faltou o sonoplasta Camilinho com a trilha sonora talvez do pica -pau ou talvez da pantera cor de rosa, porém, Kekinha levantou-se e sem que nada tivesse acontecido foi logo fazendo a pergunta, afinal é uma grande jornalista.

Por Rogério Fernandes

segunda-feira, 13 de julho de 2009

A mijada de Rogério

Certa vez, numa matéria exclusiva, fui a Maceió com a PF e a Polícia Civil do RN. O objetivo era trazer dois dos assaltantes que aturam naquele assalto cinematográfico em Macau, onde três agências bancárias foram, digamos "visitadas", pelo bando de Valdetário Carneiro, que na ocasião, se vestia de Lampião.
Pois bem; no aeroporto bateu aquela vontade enorme de fazer "xixi" e não tinha onde no avião do governo do Estado. O cinegrafista Oldair Vieira e o produtor Genézio Pitanga tinham se afastado da aeronave com os policiais, orientado pelo piloto, fui “arriar o óleo” debaixo do avião. O problema era o vento, quando comecei a fazer xixi, o danado do vento trouxe tudo de volta e eu fiquei literalmente todo mijado. Difícil foi explicar para todos o que tinha acontecido. O que valeu mesmo foi à exclusividade da matéria. Um abraço.

Rogério Fernandes (repórter e apresentador da TV Ponta Negra)

sábado, 11 de julho de 2009

e lá vai mais "causos" do futebol

Eu trabalhava na rádio Eldorado de Criciúma e em uma semifinal do Catarinense no Orlando Scarpelli entre Figueirense x Criciúma, em um lance de gol do Tigre, eu chamei o repórter Ernani Campelo assim: ..... o que é que só viu ernani? E o malandro entra de sola: ..... que é isso Marcos Lopes. Eu vi, voce viu, os jogadores vira, todo o estádio viu. Não foi só eu não!!!!!!!
Terminou o jogo e o engraçadinho pegou um gancho para aprender a não tirar onda com o narrador.

Marcos Lopes
Rádio Globo Natal

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Mais uma do nosso futebol

Francisco Diá é um dos maiores conhecedores de futebol. Diá tem uma acapacida invejável de "ler" taticamente uma partida de futebol como poucos treinadores do Brasil tem. Mas é também um grande gozador. Recentemente comandando um treino do Alecrim no Juvenal Lamartine antes da estréia na Série D, Diá saiu com esta pérola:- Dei um treinamento que foi um sucesso. O Mauricio Pantera me disse: "professor só treinei desta maneira quando joguei na Europa. Aqui no Brasil não tinha visto ainda um treino assim".
Outra do Diá: "minhas preleções agora são feitas por computador, microfone e telão. Comigo não tem mais este negócio de usar quadro negro, giz ou tampinas de garrafas".Um grande conhecedor de futebol, mas também um grande brincalhão.

Por Marcos Lopes (Rádio Globo Natal)


OBS: Ainda tem outro causo que Marcos me mandou, mas só vou publica-lo amanhã antes de sair p/ o o Machadão. Julobo

"causos" do nosso futebol

Obrigada Marcos Lopes (meu pai torto) te amo viu????
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Fui testemunha deste causo.
Em 1998, primeiro ano do América na Série A, eu estava em São Paulo para transmitir São Paulo x América para a Rádio Cabugi, hoje Globo. Estávamos vindo de Bragança Paulista onde já tínhamos acompanhado o jogo contra o Bragantino. Pois bem, após o jogo no Morumbi que foi à noite e com a viagem marcada para as primeiras horas da madruga seguinte, os radialistas que estavam na cobertura daquele jogo - Hélio Câmara, Francisco Ináco, Justino Neto e eu - resolvemos ficar no bar do hotel vendo o tempo passar. Por volta de quatro da manhã foi servido o café e um dos membros deste time de excelentes profissionais do rádio potiguar, embalado por umas e outras, na hora do café encheu a boca com aquelas bolinhas de manteiga pensando que era pão de queijo. O camarada ficou todo atrapalhado e teve que correr para o banheiro. Na volta não perdeu a elegância e disse: "esta manteiga é ótima para curar ressaca". Todos cairam na risada e o esperto pode finalmente saborear o seu café.

Marcos Lopes
Rádio Globo Natal

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Os "causos" de Rogério

Tenho um colega muito especial na TV Ponta Negra, chama-se Rogério Fernandes, quando fui para o Patrulha da Cidade, ele não estava na TV e lembro que vibrei quando fui informada que o novo repórter do programa seria Rogério. Não por acaso, afinal ele é um dos profissionais que tem o melhor texto que eu conheço, consegue transformar uma corriqueira fuga de delegacia em uma crônica maravilhosa.

Além disso, Rogério é um dos repórteres mais antigos da emissora e dessa forma tem uma laaaaaarga experiência e histórias realmente hilárias para contar, acho que ele deveria até escrever um livro com tanta presepada.

Mas voltando ao experiente repórter, Rogério Fernandes, não é por acaso que quando a matéria é especial ou precisa ter um “Q” é a ele que todo mundo recorre pois, como já disse ele consegue “transformar” tudo que se dispõe a fazer, se for preciso ele bebe água de poço suja que os sertanejos usam, só para fazer a matéria render. Haaaaaaaaaaa ele também abre panela, armário e o pior: ele as vezes dá até uma de investigador e tenta desvendar cenas de crime.

Escrevi isso tudo para contar um “causo” que ele me mandou:

Certa vez, estavam Rogério, Gonzaga Gomes (cinegrafista) e Canindé Venâncio (motorista), na praia de Areia Branca quando Dedé e Gonguinha quiseram usar o protetor solar de Rogério. Até aí tudo bem, estava muito quente, era final de ano e eles faziam a cobertura do circuito de velas da Petrobrás. Pois bem, Gonguinha e o baixinho, Dedé se anteciparam a Rogério e já foram passando o produto, quando o dono do protetor (Rogério) se aproximou dos dois e observou eles estavam passando o sabonete líquido dele e não o protetor solar. IMAGINEM A CENA ELES TODOS BRANCOS DE ESPUMA E ENSABOADOS. Dá para saber que ninguém segurou a risada, né?

Pois é, essas e outras acontecem nos bastidores da notícia!!!!

terça-feira, 7 de julho de 2009

Nossas crianças estão perdidas


“Olhe aí o meu guri”

O menino tem 13 anos e uma vasta biografia de crimes: oficialmente, um latrocínio, dois assaltos e um sequestro. Pesa-lhe nas tenras costas a morte do cobrador do alternativo que chocou a cidade semana passada. A gente diz o milagre, mas não diz o nome do santo. No máximo é permitido as iniciais, diz o ECA, para resguardar-lhe a identidade, porque se trata de um ser em peculiar estágio de desenvolvimento. Se este escriba declinar-lhe o nome, o órgão de imprensa e o escriba tomarão no órgão.

O menino não tem pai. Nem mãe. Mora com a avó na favela do Mosquito, entre a linha férrea e o mangue, no leito do rio Potengi. A avó quis que ele fosse gente e o matriculou no colégio Tributo à Criança, uma escola municipal que funciona na localidade, mas lá o menino só aprendeu a fumar maconha. E o vício é a raiz de todos os crimes. Depois de sete anos de estudo, quando pedida sua assinatura, na delegacia, ele informou, constrangido, que era analfabeto.

Mas não ficou constrangido nem titubeou quando disse que atirou na testa do cobrador, e o fez numa descontração tal, como se a execução de um trabalhador em seu posto de serviço fosse a coisa mais banal do mundo. Depois do tiro fatal, a figura tenra e em “peculiar estágio de desenvolvimento mental e físico” juntou-se ao seu comparsa, atravessou a linha do trem (pena que o trem não passava na hora) e foi dormir. Quem cunhou a expressão aí de riba nunca andou num alternativo desses. Passa pela favela do Mosquito de helicóptero ou na imaginação. Se andasse, ia ficar com medo de dar de cara com um garoto desses.

A avó esquentou sua janta, armou a rede e o cobriu com um mosquiteiro e ele dormiu como um anjo, um anjo sujo, do jeito que viera da rua, as mãos ainda chumaçadas de vestígios de pólvora. Dessa vez não trouxera “tanta corrente de ouro, seu moço que haja pescoço para enfiar”, nem “carne, galeto, pneu, gravador”. Num alternativo, mesmo sendo bem sucedido o assalto, amealha-se pouco. É o assalto do desespero, cujo criminoso na maioria das vezes é o “noiado”, o viciado, aquele que arrisca tudo para dar umas baforadas no cachimbo de crack.

Não advogo diminuição da maioridade penal para 16 ou 14 anos. Também não sou a favor de trucidar meninos pobres infratores. Mas de que adianta uma legislação de primeiro mundo, se a realidade do menino é o Mosquito, a droga, a fome, a ausência total do Estado? Uma cadeiazinha de gente grande para esse tipo de cara bem que seria bom. Pelos menos esticaria mais um pouco a sua existência, pois poucos como esse menino ai atravessam a casa dos dezessete.

Aldo Lopes de Araújo (Delegado Adjunto da Defur)


OBS: resolvi publicar esse texto de Dr Aldo pois ontem, mais uma vez esse mesmo adolescente foi preso assaltando um ônibus com outros 2 "amigos".

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Soltura animais






















Ontem cobri a soltura de dezenas de animais Silvestres e duas tartarugas marinhas da espécie Verde. É impressionante você ver um bicho daqueles de 130 quilos se arrastando para o mar. O exemplar (foto) foi encontrado em Mossoró, na praia do Cristóvão, estava com problemas respiratórios e não conseguia afundar (muita secreção nos pulmões). Vale a pena conferir as fotos.

O detalhe de bastidor, ou, o “causo” dessa matéria fica por conta dos animais Silvestres. Os gaviões são até legais, outro dia pedi para o veterinário alimentá-los, sinistro eles matando e comento pequenos ratinhos brancos. O problema na ocasião da soltura é que eu não tenho muita simpatia por bichos peçonhentos. E foram 9 Serpentes e num sei quantas Iguanas. Eu lógico já querendo fazer boas fotos para o blog saquei o celular e fiz alguns cliques. Pense num susto quanto a Salamanta deu um bote.

Mas graças a tartaruga meu dia foi salvou. Um espetáculo.

Vale a pena ver as fotos.

foto -1 A pequena tartaruga a caminho do L(m)ar.

foto -2 Muitos curiosos posaram para fotos também.

foto -3 Só eu tenho essa Uhiiiu ! Viu Juju !?

foto -4 Haja Jibóia. Algumas dessas aí estão com o bote armado.

foto -5 O bote da Salamanta... Owwww pulo grande...

foto -6 Gonzaga Gomes a registrar tudo.

Por Kleber Teixeira (repórter e apresentador da TV Ponta Negra)

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Engolindo o choro

Engolindo o choro

O Código Penal tupiniquim, que vale do Oiapoque a Genipabu, diz que se eu fizer apologia a crime, sofrerei uma “pena de detenção de três a seis meses, ou multa”. Em outras palavras, irei dar com os costados no Juizado Especial Criminal, espécie de purgatório, onde o excelentíssimo vai me obrigar a pagar uma cesta básica ou prestar serviços à comunidade. Como estamos em época de parcela do 13º, por obra e graça da generosidade de Mamãe Grande, e sendo o serviço à comunidade em finais de semana, topo praticar a conduta típica prevista no Art. 287 do livrinho.

Portanto, senhores promotores, do próximo parágrafo em diante já estarei cometendo o delito de “apologia a crime”. Os senhores não precisarão de mais nada, além destas modestíssimas linhas, para o incremento da denúncia.

Há 8 anos, chegou um prisioneiro na carceragem da Defur. E era um cuidado danado com esse preso. Procurei saber, o tal havia matado à facadas um policial civil. Comoveu-me a narrativa. Dizem que o policial foi a um mercadinho perto de casa e se esquecera da arma. No percurso, o tal cabra investiu contra o policial. Era o policial correndo ao encontro da filha que lhe trazia a arma. O assassino não parava de golpeá-lo com a faca de doze polegadas. A morte chegou a tempo. A filha, não.

Era o preso para lá e para cá, e acompanhando o tal, um monte de recomendações da cúpula da polícia civil. Eu, pessoalmente, não suportei olhar muito tempo para a sua cara. Ainda bem que não o largaram aos meus cuidados, nem aos cuidados do outro delegado. A essa altura já deve estar em liberdade, rondando outra vítima. Com o passar dos anos, outros policiais, agentes, delegados, tiveram suas casas arrombadas, seus carros roubados. Uns foram assassinados, outros sofreram atentados, mas nunca ouvi falar de uma comissão de direitos humanos procurando os filhos ou a viúva de um delegado ou de um agente para dar conforto e apoio.

Somos obrigados a engolir o choro. Um policial, seja agente, delegado ou policial militar graduado ou não, quando numa situação limite, na função ou fora dela — onde é obrigado a ter de agir para não morrer — quando o faz, é espinafrado pelos órgãos de comunicação, é caçado como um monstro pela sua própria instituição, ou é demonizado pelos organismos de direitos humanos. Foi o que aconteceu com os policias da DEFUR naquela histórica fuga, onde os presos, após arrombarem as grades, pularam na frente da alça de mira dos policiais.

O delegado Ronaldo Gomes soltava fogos com seu filho pequeno, quando três rapazes que passavam na rua anunciaram o assalto e um dos tais puxou um revólver e atirou. A bala esbagaçou o osso (o úmero) do braço de Ronaldo e ele caiu, sendo socorrido imediatamente pelos familiares. Tivesse sido o contrário, ou seja, se Ronaldo tivesse sacado sua arma para repelir os caras, responderia na Corregedoria por haver “assustado” ou “constrangido” os rapazes. E se tivesse atirado num deles, no mínimo iam dizer que a arma do cara era uma “vela” ou que a cena do crime fora manipulada pela polícia numa atitude corporativista. E tome Direitos Humanos! E tome Ouvidoria! E tome Ministério Público!

Estive no hospital no dia seguinte. Ronaldo estava sedado, sem um pingo de sangue e tive vontade de passar na Degepol para “entregar a arma e o distintivo” e me inscrever em outro concurso. O delegado, que enfrentará uma cirurgia, sofrera uma tentativa de assalto. Descartada, pois, a possibilidade de atentado. Ainda bem. Homens da estirpe dele estão sempre recebendo ameaças de morte, porque os bandidos estão sempre querendo apagar quem fica no caminho deles. A primeira vez que ouvi falar de Ronaldo foi numa conversa com o secretário da Defesa Social da Prefeitura, Sérgio Leocádio. Ele contava para os circunstantes que, quando era delegado de Parnamirim, Ronaldo prendeu uma carga roubada. E o ladrão, para se safar do flagrante, oferecera-lhe R$ 90 mil. E acabaram presos e encaminhados à Justiça o caminhão, a carga, o dinheiro e o ladrão. Deve ser por isso.

Aldo Lopes de Araújo (Adjunto da Defur)

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Quando o Patrulha começou a usar o portal de voz no programa, para dá espaço as pessoas que queriam deixar as denuncias através da gravação, sobrou para mim a função de ouvir os recados para selecionar os melhores e colocar no programa.
Todos os dias quando chego na redação começa a minha penitência. No começo fiquei um pouco chateada em ter que ouvir as gravações, mas tamanha foi minha surpresa, o portal de voz é uma comédia, todo dia me deparo com uma “presepada”.
A mais comum é o povo ficar dizendo alô alô ... na hora de gravar a mensagem. O portal funciona igual uma secretária eletrônica então depois do sinal é para falar, que a mensagem fique gravada, mas tem muuuuuuuuuuuuuuuita gente que não sabe, então fica esperando alguém atender para poder deixar a denúncia, quando não ficam repetindo alô por uns 3 minutos, começam a esculhambar “ ninguém vai atender essa p...” ou c... atende isso” ou ainda “ mandam a gente ligar p essa p... e não falam”... e por ai vai.
Outras pessoas ligam para entrar ao vivo, essas são cômicas é mais ou menos assim “ alô eu queria falar ao vivo ai p/ Paulo Wagner que ...” eles não sabem que gravação é uma coisa e ao vivo é outra, mas tudo bem isso também é legal.
O que eu mais gosto são os pedidos “Wagner pede p/ caern colocar lâmpada no poste aqui da rua” ou o buraco aqui na rua ta tão grande que só pegando carona em urubu p/ atravessar”. Tem uns que confundem os noPaulo mes outro dia ouvi “Wagner Moura aqui na minha rua não tem segurança” ou Wagner Moura é o filho de Paulo Wagner com Gilson Moura ou é aquele ator de tropa de elite, né? Tem muita coisa, todo dia me surpreendo com esses recados.
Vcs acreditam que já ligaram para o disk denúncia da polícia federal para pedir a Paulo wagner para colocar lâmpada num poste?
Pois é, isso aconteceu, confundiram o número e sobrou p/ a PF essa difícil missão kkkkkkkkkkkkkk

Mas é assim mesmo é por isso que eu não reclamo mais das coisas antes de fazê-las, quer dizer eu reclamo sim, sempre..., mas se elas forem tão divertidas quanto o portal de voz eu paro de reclamar e sigo me divertindo!!!!!

Ju Lobo

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Começandooooooo

OI galera

Para começar nada melhor do que uma explicação sobre o "produto" né? Então vamos lá: Criei esse blog após uma conversa com minha colega de trabalho, Amanda, a gente estava discutindo as situações engraçadas, complicadas... que enfrentamos nas ruas, redações... para colocar no ar o que vc vê na TV Ponta Negra.
Mas esse blog não se restringe apenas a TV Ponta Negra, qualquer pessoa que queira contar um "causo" pode mandar p/ julobinha@hotmail.com, que eu posto numa boa ok?
haaaaaaaaaaaaaaaa é legal tbm colocar fotos, então podem mandar fotos viu Kleber????? kkkkkkkkkkkkkkk

Para começar acho que está bom né? Conto com o apoio de todos para atualizar esse espaço.

JuLobo