quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Texto abertura América x Bragantino

O futebol é mágico. Consegue paralisar uma nação. Vende milhões em propaganda. Enlouquece, inspira poetas, escritores e jornalistas. Num segundo muda o humor de um país inteiro. Do triunfo da vitória, ao abismo da derrota. Promove heróis. Endeusa craques. Humilha os derrotados. É fantástica a sua magia. Até rei já tem.
Não há quem não tenha seu clube de coração, quem não torça com paixão vestindo o uniforme do seu time cometendo até loucuras. O futebol faz chorar, sorrir e cantar. Engasga de emoção, arranca aplausos e suspiros pela beleza e heroísmo de seus craques. Anima. Remete-nos a infância. Enche-nos de saudade das antigas peladas.
Que a magia do futebol tome conta do nosso cotidiano e que consigamos na vida a mesma gama de vitórias que temos no futebol pentacampeão do mundo.A vitória da justiça contra a insegurança. Do amor sobre o ódio. Da riqueza e qualidade de vida sobre a miséria e a falta de saúde. Da honestidade sobre a corrupção. Da saúde sobre a doença.
Vamos nos dedicar como nos dedicamos na torcida pelo nosso time de coração. Amar mais. Viver mais, ser mais solidário e menos egoísta, mais tolerante. A vida só tem sentido se for jojgada e vivida como uma bela partida de futebol.
Se futebol é rei, e os gols são o seu expoente máximo, faça ou pelo menos tenta fazer todos os dias um golaço na sua vida.

Marcos LopesRádio Globo Natal

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Texto de Segunda

Ressaca
Luís Fernando Veríssimo

Hoje, existem pílulas milagrosas, mas eu ainda sou do tempo das grandes ressacas. As bebedeiras de antigamente eram mais dignas, porque você as tomava sabendo que no dia seguinte estaria no inferno. Além de saúde era preciso coragem.
As novas gerações não conhecem ressaca, o que talvez explique a falência dos velhos valores. A ressaca era a prova de que a retribuição divina existe e que nenhum prazer ficará sem castigo. Cada porre era um desafio ao céu e às suas feras.
E elas vinham: Náusea, Azia, Dor de Cabeça, Dúvidas Existenciais - golfadas. Hoje, as bebedeiras não têm a mesma grandeza. São inconseqüentes, literalmente. Não é que eu fosse um bêbado, mas me lembro de todos os sábados de minha adolescência como uma luta desigual entre a cuba-libre e o meu instinto de autopreservação.
A cuba-libre ganhava sempre. Já dos domingos me lembro de muito pouco, salvo a tontura e o desejo de morte. Jurava que nunca mais ia beber, mas, antes dos trinta, "nunca mais" dura pouco.
Ou então o próximo sábado custava tanto a chegar que parecia mesmo uma eternidade. Não sei o que a cuba-libre fez com meu organismo, mas até hoje quando vejo uma garrafa de rum os dedos do meu pé encolhem.Tentava-se de tudo para evitar a ressaca. Eu preferia um Alka-Seltzer e duas aspirinas antes de dormir.
Mas no estado em que chegava nem sempre conseguia completar a operação. Às vezes dissolvia as aspirinas num copo de água, engolia o Alka-Seltzer e ia borbulhando para a cama, quando encontrava a cama. Mas os métodos variavam.
Por exemplo:Um cálice de azeite antes de começar a beber - O estomago se revoltava, você ficava doente e desistia de beber. Tomar um copo de água entre cada copo de bebida - O difícil era manter a regularidade.
A certa altura, você começava a misturar a água com a bebida, e em proporções cada vez menores. Depois, passava a pedir um copo de outra bebida entre cada copo de bebida. Suco de tomate, limão, molho inglês, sal e pimenta - Para ser tomado no dia seguinte, de jejum.
Adicionando vodca ficava um bloody-mary, mas isto era para mais tarde um pouco. Sumo de uma batata, sementes de girassol e folhas de gelatina verde dissolvidas em querosene - Misturava-se tudo num prato pirex forrado com velhos cartões do sabonete Eucalol. Embebia-se um algodão na testa e deitava-se com os pés da ilha de Páscoa.
Ficava-se imóvel durante três dias, no fim dos quais o tempo já teria curado a ressaca de qualquer maneira. Uma cerveja bem gelada na hora de acordar - Por alguma razão o método mais popular. Canja - Acreditava-se que uma boa canja de galinha de madrugada resolveria qualquer problema.
Era preciso especificar que a canja era para tomar. No entanto, muitos mergulhavam o rosto no prato e tinham de ser socorridos às pressas antes do afogamento. Minha experiência maior era com a cuba-libre, mas conheço outros tipos de ressaca, pelo menos de ouvir falar.
Você sabia que o uísque escocês que tomara na noite anterior era paraguaio quando acordava se sentindo como uma harpa guarani. Quando a bebedeira com uísque falsificado era muito grande, você acordava se sentindo como uma harpa guarani e no depósito de instrumentos da boate Catito's em Assunção.
A pior ressaca era de gim. Na manhã seguinte, você não conseguia abrir os dois olhos ao mesmo tempo. Abria um e quando abria o outro, o primeiro se fechava. Ficava com o ouvido tão aguçado que ouvia até os sinos da catedral de São Pedro, em Roma.
Ressaca de martini doce: você ia se levantar da cama e escorria para o chão como óleo.
Pior é que você chamava a sua mãe, ela entrava correndo no quarto, escorregava em você e deslocava a bacia.
Ressaca de vinho. Pior era a sede. Você se arrastava até a cozinha, tentava alcançar a garrafa de água e puxava todo o conteúdo da geladeira em cima de você. Era descoberto na manhã seguinte imobilizado por hortigranjeiros e laticínios e mastigando um chuchu para alcançar a umidade. Era deserdado na hora.
Ressaca de cachaça. Você acordava sem saber como, de pé num canto do quarto. Levava meia hora para chegar até a cama porque se esquecera como se caminhava: era pé ante pé ou mão ante mão? Quando conseguia se deitar, tinha a sensação que deixara as duas orelhas e uma clavícula no canto. Olhava para cima e via que aquela mancha com uma forma vagamente humana no teto finalmente se definira. Era o Peter Pan e estava piscando para você.
Ressaca de licor de ovos. Um dos poucos casos em que a lei brasileira permite a eutanásia.
Ressaca de conhaque. Você acordava lúcido. Tinha, de repente, resposta para todos os enigmas do universo. A chave de tudo estava no seu cérebro. Devia ser por isso que aqueles homenzinhos estavam tentando arrombar a sua caixa craniana. Você sabia que era alucinação, mas por via das dúvidas, quando ouvia falar em dinamite, saltava da cama ligeiro.
Hoje não existe mais isto. As pessoas bebem, bebem e não acontece nada. No dia seguinte estão saudáveis, bem-dispostas e fazem até piadas a respeito. De vez em quando alguns dos nossos se encontram e se saúdam em silêncio. Somos como veteranos de velhas guerras lembrando os companheiros caídos e o nosso heroísmo anônimo. Estivemos no inferno e voltamos, inteiros.
Um brinde.
E um Engov.

Enviado por:
Marcos Lopes
Rádio Globo Natal

domingo, 26 de julho de 2009

Mais micos do futebol




Só não cai em campo !! Ainda ... !!

Todo mundo tem uma história de correria em campo.Lendo o post de Angélica sobre o tombo em gramado potiguar. Lembrei de alguns percalços meus em campo.
*Já perdi um rádio com pilhas recarregáveis da minha mãe.Até hoje ela lembra e briga.
*Corri de cavalo da polícia em briga de torcida na saída do Machadão.



*Me livrei de pedras e latas jogadas pela torcida do América em jogo de derrota. Ainda conseguiram atingir o ônibus da delegação alvirrubra.



*Fiz jogo na chuva dividindo guarda-chuva com repórter de outra emissora. Foi quando inventei de assistir o jogo na margem do campo, pelo menos aprendi que dá uma noção melhor do jogo.



*Fiz jogo em estádio sem nenhuma estrutura como Caicó e Santa Cruz que é se “vira nos 30”. O bom é que matei a saudade de rádio. É que em Caicó toda a imprensa ficou debaixo de uma lona improvisada na hora da partida em final de campeonato Estadual. Daí, dei até entrevista para uma Emissora de Açu.

*Em um acesso do ABC (num lembro mais para o quê). Aquele mesmo que toda a torcida invadiu o campo. Me vi agoniado em campo. Mas como era comemoração foi tudo em paz. O complicado foi conseguir entrevistar tais torcedores eufóricos. Era puxão, empurrão, torcedor no chão... Judas Tadeu bêbado quase caindo com a taça de campeão e eu segurando no braço dele para não cair e entrevistando ao mesmo tempo.

Outra coisa que pode ser destacada, claro hehehe. Aconteceu dia desses em uma das minhas corridas em final de campeonato para tentar entrevistar jogadores das duas equipes. Recebi até elogios pelo meu pique no final. “Podia ter ajudado o ABC rapaz” disse uma pessoa de rádio de lá. Acho que era Abc e Santa Cruz em SC !
Tudo isso já vale uma queda em campo e muita experiência...!!
kkkkkkkkkkkkkkk...



Kleber Teixeira – Repórter e Apresentador da TV Ponta Negra

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Bilhete de bandido




Olhem só a cara de pau dos adolescentes de fugiram do Ceduc de Caicó. Eles deixaram esses bilhetes para o agente Jarbas e os PMs. Eu fico imaginando a cara de ódio de Jarbas e dos PMs "lembrados" pelos meninos. E fico tbm com pena pq quando eles forem pegos ai ai ai ai ai

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Confusão em Piracicaba

O torcedor do América deve lembrar daquele jogo em que o time rubro, então comandado por Zé do Carmo levou uma "sapatada" do XV de Piracicaba por 5x0 jogando no interior paulista. Era 1999 e eu fui escalado pela Rádio Cabugi para transmitir o jogo válido pelo Brasileiro da Série B. Viagem tranquila até São Paulo e igualmente tranquila até Piracicaba onde eu já havia reservado hotel.
Quando o táxi parou no hotel havia uma viatura do GARRA da Policia Civil estacionada de ré e com a porta traseira aberta mostrando claramente que estava apenas esperando pelo(s) ocupante(s).
Ao subir as escadas que davam acesso para o hall do hotel me deparei com dois policiais armados no alto da escada e fui surpreendido por mais dois que surgiram por trás, tendo eu ficado no meio da escada entre os agentes. Os de trás mandaram que eu subisse e entregasse as duas malas para revista e não esboçasse nenhuma reação. Sem saber o que estava acontecendo obedeci sem pestanejar.
Ao chegar no hall do hotel já tinha um homem de mais ou menos 60 anos algemado e os policiais antes de abrir minhas malas olharam para o preso que fez um sinal negativo com a cabeça. Vendo que tinha sido engano, ainda assim tive que me identificar para os policiais, quando eles explicaram que o homem que estava algemado era um conhecido ladrão de jóias e estava naquele hotel aguardando a chegada do receptador. Foi um susto que felizmente não teve maiores consequências. Subi para o apartamento reservado ouvido pedidos de desculpas do gerente do hotel e quando sai para o almoço o ambiente estava tranquilo. O receptador havia sido informado da campana e não apareceu.

Marcos Lopes
Rádio Globo Natal

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Osso do ofícios


Olá galera.

Bom, o título do meu post de estréia, não poderia ser mais propício “Osso do ofícios ”. Certo dia, lembro-me apenas que aconteceu no primeiro semestre de 2008, fui cobrir o treino do ABC, no Estádio Frasqueirão. Prevendo que poderia cair um “toró”, meu eficiente assistente que carinhosamente apelidei de Dedé tratou logo de providenciar uma proteção para a equipe. Cá entre nós, o guarda-chuva passou longe, mais parece um guarda-sol.

No retorno para o carro, depois de terminar a gravação, São Pedro achou de mandar água. Até aí tudo bem, se não fosse eu ter que disputar espaço com ela: a câmera. Tenho certeza que você já está cansada de ouvir aquela frase clichê, As damas primeiro, Mulher tem prioridade...

Aham, sei! Tudo conversa para boi dormir.

Nesse dia percebi que não estamos com a bola tão cheia assim. Eu não digo isso porque tive medo de estragar a chapinha, modéstia à parte eu não preciso fazer, é que mulher requer cuidados especiais. Juro que não iria me incomodar de ser conduzida sozinha no guarda-chuva, muito menos de ser carregada no colo para não molhar os pés (será que é pedir demais).

Como eu costumo dizer, uma equipe de trabalho é igual a casamento, no começo, só no começo que fique bem claro, tudo são flores. Pensando bem, eu não me importo tanto assim com esse episódio, afinal a outra: a câmera, é uma aliada na realização do meu ofício, ofício que gosto tanto. Além do mais, ficou para traz o rótulo de que mulher é frágil e blá blá blá ...

Até a próxima Amanda Fernandes (repórter TV Ponta Negra)

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Outros "causos" do futebol

Osvaldão
Novo Hamburgo x Grêmio no estádio Santa Rosa em Novo Hamburgo. O time do interior à época tinha como presidente Jorge Cardoso Lopes, conhecido banqueiro do jogo do bicho e que investiu muito no clube. Antes de entrar no causo propriamente dito, foi na gestão de Jorge Lopes que o Novo Hamburgo viveu um dos seus melhores períodos no Gauchão. Pois bem, o regulamento daquele ano, se a memória não me trair, 1994 dizia que a renda era dividida na proprorção 60,40,50%. Estádio completamente lotado, uma renda daquelas. Ao final do jogo, o então dirigente do Grêmio, Antonio "Cacalo" vai à sala do presidente recolher a parte que cabia ao tricolor e fica indignado com o que foi apresentado no borderô. Os donos da casa haviam "trabalhado" a renda e diminuído consideravelmente a parte do Grêmio que ganhou a partida e levaria portanto 60%.
O dirigente gremista(advogado) esbravejou, gritou, xingou e tentou a todo custo levar a cota real do seu time e lá pelas tantas gritou - Tú está falando com Cacalo, diretor do Gremio Football Portoalegrense!
Jorge Lopes com a calma de sempre, simplesmente olhou para a sua direita e com um piscar de olhos sinalizou para o seu segurança Osvaldão( quase 2 metros de altura, praticante de halterofilismo e com os seus dois inseparáveis .38 ) que responde com a traquilidade clássica de quem sabe o que está fazendo - E tú tá falando com o Osvaldão! E abriu ostensivamente a jaqueta de couro deixando à mostra as suas "ferramentas".
O dirigente gremista entendeu o recado e foi embora levando os 60% da renda apresentada pelo Novo Hamburgo.
Jorge Lopes é um figuraço e recentemente esteve em Natal em viagem de negócios. Osvaldão, morreu assassinado durante um assalto há coisa de cinco anos. Não teve tempo de usar nenhuma das duas armas que carregava.

Marcos Lopes
Rádio Globo Natal